sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

«O melhor do mundo são as crianças»?


Pelo menos 257 crianças morreram e 1.080 ficaram feridas - um terço da vítimas registradas desde 27 de dezembro - segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) hoje. Crianças, que compõem mais da metade da população de 1,4 milhão de pessoas da Faixa de Gaza, são as vítimas mais indefesas da guerra entre Israel e o Hamas.
O pior para as crianças é a noção de que nenhum lugar é seguro e que os adultos não podem protegê-las, segundo Iyad Sarraj, um psicólogo que agacha-se em seu apartamento na Cidade de Gaza com seus quatro enteados, com idades entre 3 e 17 anos. Adam, de 10 anos, fica apavorado durante os ataques com bombas e desenvolveu ataques de asma, diz Sarraj.
Israel afirma que seu objetivo é responder aos repetidos ataques de foguetes do Hamas no sul israelense e que está fazendo o máximo para evitar mortes de civis. Mas agências de ajuda humanitária estrangeiras lembram que os civis não podem escapar da sitiada Faixa de Gaza e que os bombardeios em áreas densamente povoadas inevitavelmente levam a vítimas civis. O Exército de Israel tem usado tanques e bombas de artilharia, bem como grandes bombas aéreas. No bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, médicos encontraram quatro crianças pequenas perto dos cadáveres de suas mães no interior de uma casa, segundo informações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, sediado em Genebra. "Elas estavam muito fracas para ficarem em pé sozinhas", afirmou um comunicado da instituição. A Cruz Vermelha lembrou que as forças israelenses recusaram-se a conceder permissão a equipes de resgate para que chegassem ao bairro por quatro dias. Israel disse que o atraso foi causado pelos conflitos.
Texto copiado daqui
(Não, não coloco fotografias de crianças feridas ou mortas; por respeito para com as crianças, para com os familiares, para comigo e para com a humanidade)

9 comentários:

  1. Prof,

    Excepto as crianças da Faixa de Gaza. E as do Sudão. E as do Iraque. E as do Bangladesh. E as do Afeganistão. E as...

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  2. Será que ministra dos negócios estrangeiros de Israel é mãe? Pensará ela que as crianças israelitas e as palestinianas têm estatutos diferentes?
    Esta guerra é criminosa e os responsáveis políticos de Israel deviam ser julgados por crimes de guerra.
    O ódio alimenta o ódio e não é por acaso que o Hamas é tão popular entre os palestinianos.

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  3. João, agora fiquei triste... Então é preciso ser-se mãe para respeitar as crianças? E todas as mães respeitam as crianças, os filhos? as filhas?
    E se fosse um ministro, perguntava se ele era pai? E se não fosse, justificava-se que permitisse este genocídio?...
    E são só os responsáveis políticos de Israel que deveriam ser julgados por crimes de guerra? E depois de casa assaltada, trancas À porta? De que servem esses julgamentos? Para dar de beber ao ódio das vítimas... Mas não impedem que se repita. Eu aposto na prevenção. Na EDUCAÇÃO.
    No resto, concordo consigo. O ódio alementa o ódio.

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  4. Alien, e as cigans, e as afro-descendentes, e as pobres, e as pobres, e as pobres, e os pobres...

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  5. Não me interprete mal, Prof. Claro que não é preciso ser-se mãe para respeitar as crianças, eu não o sou e respeito-as. Mas se se é mãe e se se é responsável por estes crimes, é caso para perguntar, que espécie de mãe se é.
    Quanto aos crimes de guerra, todos os crimes devem ser julgados, sejam de guerra ou não. Esse é um princípio básico de justiça e de prevenção futura. Se existisse menos impunidade a nível internacional, de certeza que estes massacres seriam bem mais raros.
    :(

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  6. Respeito a sua opinião, João, embora tenha uma diferente. Eu sou mais pela recompensa e pelo bem estar. É a lógica do Euromilhões e dos ladrões.
    Passo a explicar: Sabemos que a hipótese de ganharmos o euromilhões é ínfima, mas apostamos, vamos atrás da esperança; os ladrões sabem que há uma forte hipótese de serem apanhados e punidos mas vão atrás da esperança de o não serem... E quem está bem, psicológica e economicamente, não se mete em assaltos.
    Não sou a favor da impunidade, claro; só não acredito nos efeitos benéficos dos castigos que actualmente se aplicam.

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  7. Prof.,

    Preocupa-me sobejamente o presente e futuro dessas crianças. Mesmo que os autores de crimes de guerra sejam castigados, quantas vidas se perderam? Quantas crianças nunca tiveram direito a ser crianças? Que futuro o de um ser humano vivendo condições tão desesperantes nos seus primeiros anos de vida?

    Um abraço com vitamina c e votos de rapidas melhoras

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  8. Arábica, os nossos comentários (meus e seus) e os do João trouxeram-me à memória Kholberg e Gilligan...E o próprio Piaget.
    Não tenho dúvidas de que, na nossa cultura, a justiça tem significados funções, meios, objectivos, justificações...) diferentes para homens e para mulheres. Nós estamos, antes de mais, preocupadas com o sofrimento alheio. Os homens tendem a preocupar-se, primeiro, com o fazer justiça e castigar.
    Digo eu, porque hoje é sábado... :-)
    Já alguém escreveu «Os homens são de Marte e as mulheres são de vénus». Não gosto de generalizações e peço que relativizem as minhas afirmações - são apenas uma (perigosa) tentativa de resumir

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  9. p.s. onde acima escrevi «preocupadas com o sofrimento alheio», queria dizer «preocupadas com o cuidar - O «caring», para usar a terminologia de Gilligan

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