quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Brindo a vós


Para a meia-noite, convido-vos a partilhar comigo o rosé brut «Monique Daubanton», uma produção ainda em moldes artesanais, da região de Champagne-Ardenne.
(Obrigada, C :-)

Que todos saibamos contribuir para um 2009 melhor que o 2008

votos de um 2009 com
-mais participação das cidadãs e dos cidadãos na defesa da liberdade e do respeito pelas conquistas de abril
- menos ganância por parte dos poderosos podres (ou com menos podres no poder)
- mais e melhor educação
- menos fraudes
- mais e melhor assistência à saúde
- menos violência
- mais civismo nas estradas
- menos fome
- mais e melhor combate ao narcotráfico
- menos políticos corruptos
- mais apoio aos mais desfavorecidos (afectiva, social, física, intelectual ou economicamente)
- menos protecção às brincadeiras dos banqueiros
- mais respeito pela diferença
- menos discriminação
- mais investimento nas artes
- menos investimento em armamento
- ...
aceitam-se sugestões

- mais desporto
-menos mafiosos no futebol

- que o bom senso vença neste novo ano
- mais verdade, na política e não só
- ... e muitas postagens, em big, da Deniblog!
- e o mais que não se diz por ser verdade

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

3 oxidadas: uma guitarra, uma harmónica e uma mulher...

HDF

Um dia destes, lembrem-me para vos contar o que é passar um dia no hospital distrital de faro.
Disse a ministra da saúde, que o visitou há pouco, que é um hospital sem problemas. Infelizmente, tive de ver claramente visto o que é um «hospital sem problemas»...
(Ou será que a ministra não entende espanhol e por isso não teve oportunidade de falar com os médicos nuestros hermanos?).

Receita de intermezzo


entre o natal e o fim de ano...
Ingredientes
cogumelos portobello
bacon (facultativo)
alhos
tomates cereja
queijo emental ralado
mistura de alfaces
cenoura ralada
orégãos
açúcar amarelo
vinagre balsâmico
água
natas (facultativo)
depois já explico o resto que é, aliás, muito simples

RECICLAGEM

Os papéis de embrulho das prendas de natal são, muitas vezes, coloridos de um lado e brancos no outro, o que os torna excelentes para trabalhos de origami.
Sugiro que recortem folhas quadradas e as guardem numa pasta; quando quiserem ensinar uma criança a fazer origami, já aí terão o material de base.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Bobby McFerrin & Maria João - gostei!

o xenófobo do ano!

#links
Chamem-lhe o ministro mais ridículo do ano; chamem-lhe o aldrabão do ano; chamem-lhe o ministro mais demagógico do ano; chemem-lhe o pantomineiro do ano...
Se lhe chamam cigano, eu só vos posso chamar...«cretinos*».
* no sentido de «aquele que, por deformidade orgânica, tem absoluta incapacidade moral».

sábado, 27 de dezembro de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

ministros que não ministram (Ensino Superior)

FENPROF EXIGE CLARIFICAÇÃO IMEDIATA DO MINISTRO MARIANO GAGO

Não se pode permitir que a transição de vínculos e a avaliação de desempenho se façam sem ter em conta a especificidade das carreiras

Ao contrário do que havia prometido, o Ministro Mariano Gago não respondeu ainda a duas questões essenciais que a FENPROF lhe colocou:

1 - Em que momento as instituições deverão proceder à transição de vínculos? Em 1/1/2009, ou aquando da entrada em vigor da revisão das carreiras?

2 - Como vai ser garantido o direito dos docentes e investigadores a poderem subir de escalão salarial em 2008, com efeitos a 1/1/08?

Estas questões são de resposta urgente, em particular a primeira por se prender com a estabilidade de emprego de docentes e investigadores.

Este problema apenas acontece porque o Ministro se tem desresponsabilizado das carreiras que tutela.

É inaceitável que as instituições venham a proceder à transição de vínculos e à avaliação do desempenho, por aplicação discricionária de regras gerais e sem que tenha havido qualquer negociação com as organizações representativas de docentes e investigadores.

Há o risco de se verificarem incompatibilidades entre os vínculos que venham a ser atribuídos pelas instituições e o disposto, quer nas actuais carreiras que continuarão em vigor até à sua revisão, quer na nova legislação que veio ilegalizar o enorme nível de precariedade existente.

Por essa razão, a FENPROF opõe-se a que as instituições procedam desde já à transição de vínculos e tem vindo a reclamar ao Ministro que primeiro sejam negociadas e aprovadas regras especiais para as carreiras que tutela, tendo em conta as elevadas responsabilidades e qualificações que lhes são exigidas.

A FENPROF tem-se mantido em contacto com o CRUP e o CCISP, que têm manifestado concordância quanto a estas posições.

A FENPROF continuará a pressionar o Ministro Mariano Gago para que os direitos dos docentes e investigadores sejam garantidos e a dignidade das carreiras respeitada.

A FENPROF promoverá as acções que julgar necessárias para evitar a degradação da dignidade das carreiras.

O Secretariado Nacional

João Cunha Serra

Coordenador do Departamento do Ensino Superior e Investigação
--
Sindicato dos Professores da Zona Sul
Departamento de Ensino Superior
**************************************************
Colegas


Generalizando a divulgação de esclarecimentos que estamos a prestar sobre a questão da nomeação definitiva de professores, reiteramos o nosso alerta para o facto de o contrato de trabalho por tempo indeterminado não ser equivalente à nomeação definitiva.

Decorre do artigo 88º da Lei nº 12-A/2008 de 27 de Fevereiro que à data de entrada em vigor do regime de contrato de trabalho em funções públicas - 1 de Janeiro de 2009 - só beneficiarão dos regimes actualmente aplicáveis aos trabalhadores com nomeação definitiva aqueles que a detiverem nessa data.


Artigo 88. da Lei n 12-A / 2008

Transição de modalidade de constituição da relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado

1 — Os actuais trabalhadores nomeados definitivamente que exercem funções nas condições referidas no artigo 10.º mantêm a nomeação definitiva.

2 — Os actuais trabalhadores contratados por tempo indeterminado que exercem funções nas condições referidas no artigo 10.º transitam, sem outras formalidades, para a modalidade de nomeação definitiva.

3 — Os actuais trabalhadores contratados por tempo indeterminado que exercem funções em condições diferentes das referidas no artigo 10.º mantêm o contrato por tempo indeterminado, com o conteúdo decorrente da presente lei.

4 — Os actuais trabalhadores nomeados definitivamente que exercem funções em condições diferentes das referidas no artigo 10.º mantêm os regimes de cessação da relação jurídica de emprego público e de reorganização de serviços e colocação de pessoal em situação de mobilidade especial próprios da nomeação definitiva e transitam, sem outras formalidades, para a modalidade de contrato por tempo indeterminado.


Os restantes, salvo medida legislativa que até agora o MCTES se tornou indisponível para considerar, ficam, designadamente, sujeitos ao regime de extinção de relação jurídica de emprego público por caducidade, a ocorrer no prazo de um ano após a reorganização dos serviços (no ensino superior poderá facilmente invocar-se que a alteração de estatutos de una unidade orgânica ou a revisão de um plano de estudos correspondem a uma reorganização de serviços) se entretanto não obtiverem outra colocação.

A Lei 12-A/2008 não teve em conta que os "estágios" e nomeações provisórias no ensino superior demoram mais do que um ano nas nossas carreiras, ao contrário do que sucede no regime geral da função pública que deixará de vigorar em 31 de Dezembro de 2008.

Por isso mesmo defendemos que seja publicada lei (que poderá ser a que reveja os estatutos de carreira) que permita que todos os colegas vinculados ao ensino superior por contrato administrativo de provimento ou nomeação provisória possam prosseguir o curso normal da carreira até à nomeação definitiva, com os direitos inerentes aos que já a detiverem em 1 de Janeiro de 2009.

De facto, o contrato de trabalho por tempo indeterminado não é a nomeação definitiva com outro nome.


Assimilar as duas noções é aliás também uma forma de abrir caminho para que se empurre para contrato a termo - com um limite máximo de permanência de 3 anos - a generalidade do pessoal actualmente em contrato administrativo de provimento.

Saudações académicas e sindicais

A Direcção do SNESup

em 19-12-2008

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O melhor subsídio de Natal em 33 anos de serviço!

Não resisto a partilhar convosco o melhor subsídio de Natal que recebi, agora que são passados 33 anos de serviço.
Tive o cuidado de pedir, primeiro, à «pagadora» que permitisse a publicação, omitindo, eu, os nomes. Então, aqui vos deixo o meu melhor subsídio de Natal, com um público agradecimento à C.

Olá professora O.!!!!
Lembra-se desta aluna?
Reencaminho este lembrete datado de 2006!

"
Obrigada, C.
Ontem (e anteontem) tive um dia tremendo mas a sua
mensagem conseguiu fazer-me sorrir... É que a
imaginei mesmo a subir euforicamente aos postes (estou
a brincar).
Espero que isto tenha compensado os outros maus
momentos...
Obrigada pelas suas palavras simpáticas -na verdade,
aqui para nós que ninguém nos ouve, se me tivesse
aturado o semestre inteiro talvez não tivesse ficado
com tão boa opinião ;-)
Gostei de testemunhar o seu empenhamento, mesmo face a
críticas menos favoráveis. Isso é um bom augúrio, para
si. As críticas, quando honestas, fazem-nos crescer; o
elogio começa por ser estimulante mas, se sozinho,
amolece.
Votos de uma boa conclusão de licenciatura.
Cumprimentos
O."


Como tal e apesar de já terem passado quase 3 anos...não podia deixar passar esta época sem desejar um Feliz Natal a pessoas que me dizem tanto!!!

Tenho muitas saudades do tempo de estudante....mas o tempo não volta atrás...pelo que só ficam as boas recordações das pessoas que cruzaram o meu caminho!

Um beijnho muito grande e

FELIZ NATAL ....

(Não consegui abrir a imagem, no meu computador; tentarei, depois, noitro, para a colocar aqui)

PAZ, SAÚDE E PRENDINHAS..............



BEIJINHOS NATALÍCIOS!!!!!


P.S. Finalizei a licenciatura na sua disciplina com 11! Mas o ano em geral correu-me muito bem, tive notas que nunca tinha tido durante o bacharelato, 18!

Era o empenho que eu tinha pelo esforço que fazia, para andar uma vez por mês acima e abaixo (ir e vir eram 1200 kms) e a seguir ir muitas vezes trabalhar com directa para não faltar mais dias ao trabalho!

Foram tempos duros!!!!

Na verdade - e para muita pena minha - o facto de ser licenciada em nada alterou a minha vida profissional, apenas talvez o estatuto e, claro, a realização pessoal!

Obrigada por ter feito parte da minha educação, enquanto professora mas também enquanto pessoa!

Bjinhos e tudo de bom

C.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

sugestões para as férias de Dezembro/Janeiro (a continuar)

1. Ler documentação sobre Ísis e Horus e encontrar pontos de contacto com Maria e

Jesus









2. Bebericar Ambrósia


a guerra do natal

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

As 100 longas incontornáveis

a Cahiers du Cinéma elegeu os seguintes:
-Cidadão Kane (1941)
- O Mensageiro do Diabo (1955)
- A Regra do Jogo (1939)
- Aurora (1927)
- O Atalante (1934)
- M, o Vampiro de Dusseldorf (1931)
- Cantando na Chuva (1952)
- Um Corpo que Cai (1958)
- O Boulevard do Crime (1945)
- Rastro de Ódio (1956)
- Ouro e Maldição (1924)
- Rio Bravo - Onde Começa o Inferno (1959)
- Ser ou Não Ser (1942)
- Era uma Vez em Tóquio (1953)
- O Desprezo (1963)
- Contos da Lua Vaga (1953)
- Luzes da Cidade (1931)
- A General (1927)
- Nosferatu (1922)
- A Sala de Música (1958)
- Monstros (1932)
- Johnny Guitar (1954)
- A Mãe e a Puta (1973)
- O Grande Ditador (1940)
- O Leopardo (1963)
- Hiroshima, Meu Amor (1959)
- A Caixa de Pandora (1929)
- Intriga Internacional (1959)
- O Batedor de Carteiras (1959)
- Amores de Apache (1952)
- A Condessa Descalça (1954)
- O Tesouro do Barba Rubra (1955)
- Desejos Proibidos (1953)
- O Prazer (1952)
- O Franco Atirador (1978)
- A Aventura (1960)
- O Encouraçado Potemkin (1925)
- Interlúdio (1946)
- Ivan, o Terrível (1944)
- O Poderoso Chefão (1972)
- A Marca da Maldade (1958)
- Vento e Areia (1928)
- 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968)
- Fanny e Alexander (1982)
- A Turba (1928)
- 8 1/2 (1963)
- Sel Sol (1962)
- O Demônio das Onze Horas (1965)
- O Romance de um Trapaceiro (1936)
- Amarcord (1973)
- A Bela e a Fera (1946)
- Quanto mais Quente Melhor (1959)
- Deus Sabe quanto Amei (1958)
- Gertrud (1964)
- King Kong (1933)
- Laura (1944)
- Os Sete Samurais (1954)
- Os Incompreendidos (1959)
- A Doce Vida (1960)
- Os Vivos e os Mortos (1987)
- Ladrão de Alcova (1932)
- A Felicidade não se Compra (1946)
- Monsieur Verdoux (1947)
- O Martírio de Joana d'Arc (1928)
- Acossado (1960)
- Apocalypse Now (1979)
- Barry Lyndon (1975)
- A Grande Ilusão (1937)
- Intolerância (1916)
- Partie de Campagne (1936)
- Playtime (1967)
- Roma, Cidade Aberta (1946)
- Sedução da Carne (1954)
- Tempos Modernos (1936)
- Van Gogh (1991)
- Tarde Demais para Esquecer (1957)
- Andrei Rublev - O Artista Maldito (1969)
- A Imperatriz Galante (1934)
- O Intendente Sansho (1954)
- Fale com Ela (2002)
- Um Convidado bem Trapalhão (1968)
- Tabu (1931)
- A Roda da Fortuna (1953)
- Nasce uma Estrela (1954)
- As Férias do Sr. Hulot (1953)
- A Terra do Sonho Distante (1963)
- O Alucinado (1953)
- A Morte num Beijo (1955)
- Era uma Vez na América (1984)
- Trágico Amanhecer (1939)
- Carta de uma Desconhecida (1948)
- Lola, a Flor Proibida (1961)
- Manhattan (1979)
- Cidade dos Sonhos (2001)
- Minha Noite com Ela (1969)
- Noite e Neblina (1955)
- Em Busca do Ouro (1925)
- Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932)
- Ladrões de Bicicletas (1948)
- Napoleão (1955)


(Não os vi todos, e acrescentaria alguns...)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

viva a universidade pública laica....

carta de Graça Pimentel à ainda ministra da educação ML

Carta Aberta à Ministra da Educação
Excelentíssima Senhora Ministra da Educação


Ao fim de três décadas e meia de docência, as políticas educativas do Governo do meu país levaram-me a pedir a aposentação antecipada e com penalização. Fugi da escola pública de hoje. A escola do facilitismo, da mediocridade, da desautorização dos professores, da desumanização, da irresponsabilidade, das estatísticas, da entrega dos deveres aos professores e dos direitos aos alunos,… Não foi para esta escola que dei tantos anos da minha vida. Nem foi assim que pensei terminar uma longa carreira de que gostei muito.
De Amarante a Matosinhos passando por Lisboa, Figueira da Foz, Porto, Espinho, Bragança, Marco de Canavezes, Vila Real, Barcelinhos, Penafiel, Famalicão e S. Pedro da Cova, ajudei a formar milhares de jovens. Foram muitos quilómetros percorridos quando não havia uma única auto-estrada. Mais do que uma vez tive que me sujeitar a ver as minhas três filhas pequeninas apenas aos fins-de-semana para ir, para longe, ensinar os filhos dos outros. Sem nada que me ajudasse a suportar as despesas. Tudo isto fiz com muito sacrifício mas muito gosto. Durante anos e anos amei o que fiz.
Para minha actualização frequentei mais de 50 acções de formação/seminários quer na área de informática, quer na minha área específica.
Fui Directora de Instalações, Representante de Disciplina, Delegada de Grupo, Directora de Turma, Vice-presidente do Conselho Executivo, Presidente do Conselho Administrativo, Representante de Área Disciplinar, Coordenadora de Departamento, Responsável pela Sala de Estudo, Presidente da Assembleia de Escola.
Leccionei todos os níveis de ensino desde o 5º ao 12º ano.
Orgulho-me do trabalho que sempre desenvolvi apesar do desânimo aumentar ano após ano. Nunca aspirei aos prémios que o Ministério atribui anualmente. Os meus prémios são as mensagens que recebo dos meus ex-alunos.
"Boa tarde professora,Não sei se ainda tem esta conta de email activa, mas espero que sim. Eu sou o seu antigo aluno Eduardo …, fui seu aluno de química no ano lectivo de 2004/2005, não sei se ainda se lembra de mim. Eu estou a acabar o meu curso na faculdade, estou já no ultimo ano e sou finalista, como tal, temos a tradição de assinar as fitas e eu gostava que a professora me assinasse a fita, uma vez que a considero a melhor professora que tive ate hoje, pois sempre acreditou em mim e fez todos os possíveis para me ensinar, não só a matéria correspondente a sua disciplina, mas também a ser um homem decente. Para alem de excelente professora, foi também uma grande amiga, que e algo que muitos professores não são e por isso gostava que me desse a honra de me assinar a fita. A minha queima das fitas é já esta semana e tenho de ter as fitas no dia 27, por isso peço resposta a este email o mais rápido possível, caso a professora não possa assinar-me as fitas antes dessa data, não há problema, assina depois pois o que conta para mim é que a fita seja assinada, independentemente da data. Gostava também de lhe pedir um favor…
Peço desculpa pelo incómodo e espero atentamente uma resposta.
Beijos e abraços, do seu antigo aluno e amigo,
Eduardo …"
Ou como esta recebida há dias quando chegou a minha aposentação.
"Soube ontem ao último tempo que a professora tinha recebido a carta da reforma. Vou ser sincero, fiquei muito triste por perder uma das melhores professoras de sempre.Paciente, simpática, honesta, humilde…. são muitas das características que a professora tem.A escola perdeu uma das melhores professoras ao serviço.Pessoalmente não estou triste por perder uma professora mas sim estou triste por ter perdido uma grande amiga que me ajudou sempre.Toda a turma ficou um bocado triste (embora querendo disfarçar através de sorrisos e risos), pois tem a consciência que vai ser difícil substituir uma professora como a s'tora.Diz-se que ninguém é insubstituível, mas a professora é das poucas pessoas que não podem substituídas por nada deste mundo.Aqui está á minha despedida muito humilde, não é que desejaria dar á professora pois o que lhe queria dar está para além dos meus alcances.Só deixo votos de felicidade e desejos que um dia nos voltemos a encontrar.Muitos beijos e abraços:Bruno …"
Pelos Eduardos, pelos Brunos e por todos os alunos que já me passaram pelas mãos, e que me atribuíram "medalhas" aguentei enquanto pude. Agora, acabou.
Numa quinta-feira de Novembro fui chamada para uma substituição. Não havia plano de aula. A professora em causa tinha acabado de receber a sua aposentação antecipada e com penalização. Uma professora que já estava na escola quando para lá fui e eu estive lá 20 anos. Dirigi-me à sala de aula. Estavam os (talvez) 28 alunos de uma turma do 7º ano que não conhecia. Muitos choravam e diziam "A Professora M. era nossa amiga. Ensinava bem e ajudava-nos muito".Estes alunos só conheciam esta professora desde meados de Setembro.Em contraste com isto, a professora estava num sino. Irradiava felicidade e até as lágrimas lhe vieram aos olhos de tanta alegria. Finalmente estava livre do inferno que se vive hoje nas escolas.Analisando esta situação, só se pode concluir que algo está errado. Uma pessoa que dedicou uma vida ao ensino, uma professora de quem os alunos gostam ao ponto de chorar a sua saída, abandona a profissão de uma vida sem tristeza e com penalização na sua reforma. A debandada é geral e os que estão a sair são os mais experientes.
Vi e ouvi, com tristeza e uma revolta imensa, as posições inqualificáveis de membros do Governo perante a manifestação de 85% dos docentes do meu país. Não consigo aceitar que me apelidem de chantagista com uma leviandade sem nome. Não sou sindicalizada nem filiada em nenhum partido. Sempre pensei pela minha cabeça, disse o que penso, escrevi o que disse e assumi o que escrevo. Durante anos escrevi uma crónica mensal num semanário e insurgi-me contra a avaliação em vigor na altura. Realmente tinha que ser substituída. Mas por uma melhor, o que não é o caso. A mobilização que se conseguiu em Março a em Novembro não foi conseguida pelos sindicatos. Eles não têm capacidade para tal. A internet e o telemóvel são hoje os melhores meios de mobilização. A Senhora Ministra consegui, pela primeira vez, unir os professores e pô-los em contacto permanente uns com os outros.
O dia a dia de um professor é inimaginável por quem não o vive, como é o caso da Senhora Ministra. Pede-se aos professores que sejam, para além de transmissores de conhecimentos, mães, pais, psicólogos, assistentes sociais, amigos, …
"Os professores têm, cada vez mais, à sua frente um conjunto de órfãos de pais vivos." - uma verdade que li aqui há tempos.
Mas pede-se mais. Pede-se aos professores que apliquem um ensino individualizado a turmas com 28 alunos num número de aulas que não chega para leccionar os conteúdos programáticos estupidamente extensos. Pede-se o impossível. "Dar aulas, de facto, é tão simples como falar trinta e cinco línguas ao mesmo tempo ou cantar sozinho uma partitura para trinta e cinco vozes". (Bernard Houot)
Para esta super-escola eram precisos super-homens e super-mulheres e isso só existe na banda desenhada.
"Nós somos como somos, com altos e baixos. Com momentos de entusiasmo e momentos de quebra. Com rasgos de génio e sombras travessias do deserto. E ninguém poderá nunca tornar-nos perfeitos. Se nos pedem para sermos perfeitos é, pois, abusivamente porque o sistema que se encontra acima de nós não o é." (Bernard Houot)
Que posso eu exigir de um aluno que vive com uma mãe com problemas mentais que lhe diz que o odeia e que o quer matar? E de uma jovem que chega às aulas da tarde sem ter comido absolutamente nada? E de uma jovem que vive, a meias com a mãe, com outro homem que não o pai? E de uma criança que dorme na sala e só pode descansar quando os pais resolvem deitar-se? E da jovem que fica a trabalhar no café dos pais até às tantas da madrugada? E poderia ficar aqui um tempo infindo a pôr a nu as situações com que os professores se debatem. Esta é a escola real. Uma escola cheia de problemas cuja resolução compete ao Estado mas com os quais os professores vivem diariamente. Estes jovens não podem ter o rendimento desejável mas, pressionar o professor a passá-los, não lhes resolve os seus problemas. Como não lhes resolve os seus problemas um computador oferecido pelo Governo. Ou o TGV. Ou um novo aeroporto na capital. Mas quem pode manda e define as prioridades que entende. Não são as minhas e não as entendo.
Para juntar a tudo isto, a Senhora Ministra elaborou um modelo de avaliação perfeitamente inaceitável. Diz a Senhora Ministra que os professores devem confiar nos seus colegas mais competentes (refere-se aos professores titulares) mas quem lhes atribuiu essa competência foi a Senhora Ministra ao pôr em prática o mais escandaloso dos concursos - o primeiro concurso para professor titular. "Há coisa mais injusta do que uma avaliação que não premeia o mérito?" - perguntou um dia destes a Senhora Ministra. Claro que não. Mas, pergunto eu, há maior injustiça do que o primeiro concurso para professor titular? E foi com base neste concurso, eivado de injustiças e arbitrariedades, que foi construído este modelo de avaliação. Sobre alicerces podres. Por mais voltas que lhe dêem, será sempre um modelo de avaliação em que a competência estará ausente.
Para o acesso ao cargo de professor titular não era preciso ser competente em nada. Bastava ter tido muitos cargos entre 1999 e 2006. Por que razão foram escolhidos estes anos e não todo o percurso dos docentes? Só a Senhora Ministra sabe. No meu caso, professora do topo de carreira, a Senhora Ministra deitou-me, pura e simplesmente, ao lixo mais de 25 anos da minha carreira. Consegui, apesar disso, ser provida como professora titular. Por acaso, como todos, e não por mérito, como gostaria. É a isto que a Senhora Ministra chama justiça? É a isto que a Senhora Ministra chama competência? Este concurso criou nas escolas situações inaceitáveis.
Um professor com 100 pontos, numa Área Disciplinar, ascende a professor titular e, na mesma escola, outro professor com 140 pontos, numa outra Área Disciplinar, não o consegue.
Um professor do 10º escalão que tenha exercido todos os cargos possíveis numa escola antes de 1999 mas que entre 1999 e 2006 foi apenas professor, por melhor que tenha sido, não ascende a professor titular.
Um professor do oitavo escalão que, por exemplo, por não ter horário na sua Área Disciplinar, integrou um cargo no Conselho Executivo mesmo que o tenho exercido sem competência, foi provido como professor titular.
Neste momento, este último professor pode ser avaliador do anterior.
Um professor que foi orientador de estágio pode vir a ser avaliado pelo seu avaliando de estágio, desde que o segundo tenha conseguido ascender a professor titular e o primeiro não.
Mas o descalabro a que a educação chegou não se limita a estes problemas.
A Lei 3/2008 de 18 de Janeiro é uma perfeita aberração. Trata da mesma maneira um aluno que falta por doença e outro que falta porque lhe apetece. No Despacho do domingo, dia 16 de Novembro de 2008, a Senhora Ministra, mais uma vez remete as culpas para os professores quando diz "que a adaptação dos regulamentos internos das escolas ao disposto no Estatuto do Aluno nem sempre respeitou o espírito da Lei, permitindo dúvidas nos alunos e nos pais acerca das consequências das faltas justificadas designadamente por doença ou outros motivos similares." A lei é clara pelo que não é aceitável estar no despacho "Tendo em vista clarificar os termos de aplicação do disposto no Estatuto do Aluno…". Sejamos honestos, o Despacho altera a Lei, se é que juridicamente isso é possível.
O Programa Novas Oportunidades é outro embuste
. Por aquilo que vejo, e pelas pressões das DREs para aprovar todos os alunos dos Cursos de Educação e Formação, dos Cursos Profissionais e Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, estão a qualificar-se milhares de analfabetos. Será isto que o país precisa, Senhora Ministra?
Segundo a Senhora Ministra, a implementação das aulas de substituição, que tanta polémica gerou, hoje faz-se confortavelmente. Engano, Senhora Ministra. Os professores que conheço, e são muitos, fazem-no porque a tal são obrigados mas fazem-no sem o mínimo de conforto e com o máximo descontentamento dos alunos.
O ambiente que se vive nas escolas é de uma tensão imensa. O desalento e a desmotivação são gerais e o clima de medo está instalado. E ainda vai piorar quando aparecer a figura do director prevista na lei.
O que se fez da escola pública? Como se pode ter toda uma classe profissional desmotivada? Eu saio sem conseguir perdoar a este Governo o ter-me roubado o prazer que eu tinha em exercer a profissão que escolhi. Nestes últimos anos foi muito penoso ir trabalhar. Muito penoso, mesmo.


Maria da Graça Pimentel
9 de Dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sinfonia para um palato irreverente

(Clique nas imagens, para aumentar)


Comece por preparar as bases:
queijo mozzarella ralado
queijo emental ralado
sementes de sésamo
gordura para untar a frigideira
Unte ligeiramente uma frigideira anti-aderente. Cubra a base com uma camada muito fina de queijo mozzarella e emental ralados. Quando o quijo tiver fundido, polvilhe com sementes de sésamo (eu deitei também pinhões, mas sugiro que deite os pinhões, depois, na salada). Deixe alourar, sem tostar muito. Deixe arrefecer só um pouco, até ter consistência que permita levantar com uma espátula. Coloque numa taça, para dar forma - como nas fotos acima. Repita as vezes necessárias (uma cestinha por pessoa)

Recheio
alfaces
rúcola
cenoura ralada
pinhões
tomate
chèvre
alho picado (fresco)
orégãos
mel de medronheira
semenstes de sésamo

Recheie as cestinhas de queijo com alface e rúcola, cobertas por cenoura ralada, misturada com pinhões.
Leve a aquecer uma grelha anti-aderente, levemente untada. Coloque sobre ela salsichas do tipo mediterrânico (ou vegetarianas) e rodelas de tomate. Depois de ter grelhado um lado do tomate, vire e coloque uma fatia de chèvre sobre cada rodela; sobre o chèvre deite alho picado e orégãos.
Deixe grelhar este outro lado das fatias de tomate e derreter o chèvre.
Quando a salsicha estiver dourada, corte em rodelas grossas e grelhe as superfícies dos cortes



Coloque um cestinho em cada prato e cubra uma parte do prato com uma mistura de verdes. Coloque as rodelas de tomate sobre os verdes, misturadas com rodelas de salsichas e mais algumas rodelas no topo da cestinha.

Regue com mel de medronheiro ( da Serra de Alcaria) e sementes de sésamo.

domingo, 14 de dezembro de 2008

começar bem o dia



Um dia destes hei-de fazer um hino aos toalhões de banho.

Sempre habitei moradias com casas de banho espaçosas e com luz natural. É fundamental, para mim. Toda a gente fala da importância de um bom pequeno-almoço mas não me lembro de ter lido uma única linha sobre a importância de uma casa de banho espaçosa e com luz natural. Pois ele há lá pior maneira de começar o dia do que andar aos encontrões às coisas, numa casa de banho apertadinha e com luz artificial?!

Mas hoje percebi que há um outro elemento fundamental para um bom amanhcer -é quando as coisas nos faltam que nos damos conta da sua importância....

Ontem tomei um duche antes de me deitar e esqueci-me de colocar a toalha no suporte para a secar e aquecer. Hoje de manhã, ensonada, também não pensei nisso. Quando saí do banho, tinha à minha espera uma toalha húmida e fria! AGH! Fiquei com o dia quase estragado! E percebi o quanto é vital para mim um toalhão felpudo, macio, quentinho!!!!

Pode ser azul ou branco

ou numa outra cor pastel

grandalhão e bem macio

para acariciar a pele.

Que não esteja frio nem húmido

para garantir que não

me provoca arrepio súbito

e a seguir constipação.

Com ou sem iniciais

como os lençóis de linho

que me são essenciais

p'ra me sentir bem no ninho.

Meu q'rido lençol de banho,

prosac do amanhecer

mantém-te morninho e fofo

p'ra alegria do meu ser.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

uma visitinha

para um fim-de-semana de chuva

Se não tiver outra coisa interessante para fazer e se gostar de história das religiões, sugiro que gaste aqui algum tempo. Foi-me «apresentado» pelo meu sobrinho adoptivo António (Obrigada, Kano)
(Não se esqueça de tirar o som da «telefonia»)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Alguns comentários ao texto do Dr. Daniel Sampaio (texto integral)

(A parte que foi acrescentada hoje está a verde)
"O Natal que eu quero", por Daniel Sampaio

Ninguém me pediu opinião, eu sei. Na escola é costume não ligar muito ao que pensam os alunos. (Fale por si: na escola democrática os alunos são ouvidos a vários níveis). Mas eu gramo a escola, gosto dos meus amigos e há uma data de professores que até são fixes. (Acredito que há muitos alunos que, para além de «gramarem da escola», gostam de estudar. Por outro lado, o conceito de professor fixe, neste contexto, não está aqui clarificado mas...). Ando no 8.º, tenho bué de disciplinas, algumas não dá para entender. Estudo acompanhado para um gajo de 14 anos? (no ensino superior existe uma coisa que é Orientação Tutorial, que é uma espécie de estudo acompanhado; e atendendo a que a «democratização do ensino só se verificou em número e não em adaptação à nova realidade, o estudo acompanhado faz sentido, sim - só não faz para os filhos dos «doutores», já que os pais têm dinheiro para pagar a explicadores!)Formação Cívica? Não percebo bem, é uma coisa de 90 minutos por semana em que o stôr, que é o director de turma (nós dizemos DT), está sempre a mandar vir, a dizer para nos portarmos bem (Que preparação foi dada, pelo ministério, aos docentes dessa disciplina? Mesmo assim, há professores de educação cívica que fazem outras coisas; por isso, já há alguns alunos que conseguem dar lições de cidadania a muitos adultos). Da Matemática não me apetece falar, o stôr tem pouca pachorra para tirar dúvidas (Eureka! finalmente alguém revelou o motivo do insucesso a matemática! Que estereótipo batido!). História é um bocado seca e percebo mal o livro, faço confusão porque não contam a vida dos reis como o meu avô me explicava, por isso estudo para os testes e depois esqueço tudo (Afinal o avô é que devia ser professor (ironia). Talvez o Dr. Sampaio tenha tido um avô especial - e professores de história especiais! É que DANTES é que a história era dada de forma a colar com cuspo e esquecer no dia a seguir ao teste!).Não, não pensem que venho aqui criticar a escola, já disse que gosto de lá andar (Ainda não fez outra coisa, para além de dar uma péssima ideia deste «aluno»). O problema é que aquilo anda mesmo esquisito, podem crer. Já o ano passado os stôres andavam às turras com a ministra e apareciam nas aulas chateados, um gajo mandava uma boca e levava logo um sermão (Afinal os professores só tentam manter a ordem e o respeito quando estão chateados? Só nessas alturas é que reagem às bocas dos alunos?! Ainda por cima isso (manter o respeito) é apresentado como uma coisa má; ainda por cima, acusa os professores de descarregarem as frustrações nos alunos!), às vezes diziam mesmo para nos queixarmos à ministra (OK, já entendi: a crónica foi encomendada pela ministra: ela é que diz que os professores acicatam os alunos contra o ministério), como se chibar fosse coisa que desse jeito (finalmente este menino lá apresenta uma característica positiva: não gosta de chibar. Mas os professores são uns instigadores à denúncia -IRONIA).


Mas este ano está bem pior: falamos com os professores nos intervalos, "olá, stôr!" e eles andam mesmo tristes (triste é um eufemismo; as pessoas andam descontentes, o que significa outra coisa), a minha stôra de Inglês, que eu curto bué, diz que está "desmotivada" e que está farta de grelhas de avaliação e de pensar em objectivos (ficamos sem saber porque é que ESTE aluno «curte bué» ESTA professora; o que sabemos é que os professores começaram a SER DESMOTIVADOS pelo ministério há muito tempo mas, mesmo assim, continuam a desempenhar a sua função dedicada e empenhadamente; o que sabemos é que o ministério não explicou convenientemente como, porquê, para quê a definição de objectivos nem que contributo vai dar para ajudar a alcançá-los; o que sabemos é que, desde o primeiro ano em que entra em funções o docente tem de manusear grelhas de avaliação pelo que sabe muito bem quais as úteis e exequíveis e as inúteis - estas emanadas do ministério são inaplicáveis!!! O que sabemos é que os professores já perdem muito tempo com coisas inúteis quando o que desejam é contribuir para a melhoria da educação em Portugal) . Eu de grelhas não percebo nada e, quanto aos objectivos, os meus são divertir-me uma beca e passar o ano (nunca os alunos tinham sido tão estupidificados, desde que entrámos teoricamente em democracia), não quero mesmo ficar para trás porque os meus pais dão-me nas orelhas e fico sem os meus amigos, que é uma das coisas porreiras que a escola tem (2 bons motivos para não reprovar - IRONIA; é por isso é que a ministra, que gosta muito de criancinhas, está a tentar tudo para que passem todos, mesmo sem ter progredido - aliás, de preferência sem ter progredido SEM IRONIA! ).Por isso peço a todos que se entendam. Ver os professores aos berros na rua (eu não vi professores aos berros na rua: vi professores em manifestações ordeiras gritando palavras de ordem - faz toda a diferença, não faz?!) é uma coisa que eu compreendo, têm todo o direito porque nós às vezes também andamos (bela comparação, muito honrosa para ambos os lados! IRONIA; e não é por os estudantes andarem aos berros ou se manifestarem que os professores têm direito a manifestar-se; é porque, até ver, ainda estamos num estado democrático), o problema é que assim ainda há menos gente a preocupar-se connosco (ERRADO: Um dos motivos que leva os professores para a rua é a preocupação que têm com os alunos! A genuina preocupação com o futuro dos alunos!). Os nossos pais não têm tempo, andam sempre a trabalhar e ficam descansados porque estamos na escola a aprender e a lutar pelo nosso futuro (Já cá faltava a crítica aos pais - seria oportuna, se acompanhada de uma reivindicação de criação de legislação que permitisse o apoio a filhos menores. E não, não ficam descansados, os pais; ficam é cada vez mais inquietos, quando deixam os filhos na escola - porque sabem que há ratos nas cantinas; porque sabem que há booling nos recreios; porque sabem que há traficantes de droga à porta das escolas - e lá dentro; porque sabem que há pedófilos a rondar a escola e até sabem que um homem acusado de pedofilia foi integrado numa escola, pelo ministério, mesmo sem ter ainda sido ilibado. E -pasmai, ó gentes - ESTE rapaz, com a linguagem do curtir bué e que só quer passar para não apanhar dos pais nem perder os amigos, vem agora - finalmente - falar da escola como um local onde se aprende e prepara o futuro - não me parece coerente; se fosse um aluno meu a imaginar este texto, levava aqui uma chamada de atenção para a necessidade de coerência), mas agora a coisa está preta (eu acho que esta expressão não devia ser usada, não por ser importada do brasil mas por reflectir aspectos de uma cultura racista que não desejo prolongada mas... aqui é de somenos); se os nossos stôres estão cansados, o que é mau para nós: quem nos ajuda quando estamos aflitos (o que é estar aflito???)? Eu sempre contei com um ou dois dos meus stôres, o ano passado quando me achava um monstro (cheio de borbulhas e a sentir que as miúdas não olhavam para mim) (Ok, entendi, é isto que é estar aflito) foi a stôra de Português que me chamou no fim da aula e conversou comigo, bastou ela ouvir com atenção e dizer que compreendia o que eu sentia para me sentir muito melhor (boa! as coisas que eu aprendo com este mail!

1º- as stôras de português servem para ouvir com atenção (ou será em silêncio?) os problemas dos alunos, no intervalo, e dizerem que compreendem;
2º- para resolver os problemas de auto-estima dos alunos não é preciso ter formação científica em psicologia; basta dizer «Compreendo»; ou «I understand»; ou mesmo «ya, tou a morder»IRONIA). E quando o Tavares disse que se ia matar porque a rapariga com quem andava foi vista a curtir com um gajo qualquer, foi o nosso DT que falou com ele e lhe arranjou uma consulta no psicólogo (bem, se a a rapariga com quem o Tavares andava foi vista a curtir com um gajo qualquer, isso já é caso para psicólogo, claro! E é essa a função do DT: marcar consultas nos psicólogos -será que ganham comissão? IRONIA).Não percebo nada da guerra dos professores (não, não é uma guerra, é um movimento de protesto, um movimento em defesa da educação) , só sei que deve ser justa porque eles esforçam-se muito, já pensaram no que é aturar a malta, sobretudo alguns que só querem fazer porcaria, põem-se aos berros nas aulas e não obedecem, às vezes até palavrões dizem para os stôres (está a confusão armada. Então afinal todas as pessoas que se esforçam só defendem causas justas? Hitler esforçou-se muito, logo, a causa dele era justa. Não, não estou a comparar a movimentação dos professores com o «Mein Kampf»; estou a tentar mostrar a idiotice de argumentação, demagogicamente usada para afastar o pensamento daquilo que dá efectivamente razão aos professores! E acaso os professores andam a manifestar-se porque os alunos dizem palavrões? E no que é que os palavrões são para aqui chamados?! Para insinuar que os professores não se sabem dar ao respeito? Talvez fosse melhor não entrarmos por aí...) Muitos de nós querem aprender (esta agora é nova! IRONIA), mas o barulho é grande e há muita confusão (eu não dizia que era aí que ele queria chegar? à falta de competência dos professores para imporem disciplina?! DIS-CI-PLINA!), há lá gajos, repetentes e isso (DEIXA LÁ, RAPAZ, QUE COM ESTA MINISTRA VAI DEIXAR DE HAVER REPETENTES!) , que só lá estão porque são obrigados (ora aí está um aspecto que se devia esclarecer - quem os obriga e porquê; que desfazamento há entre a escola que temos e a que faria com que esses jovens gostassem de lá andar) depois há outros que são de fora e não percebem bem português (até parece que os portugueses todos percebem bem português... Daniel Sampaio está a querer criticar a xenofobia de algumas famílias, está a ser xenófobo ou está a criticar o sistema educativo por não dar um enquadramento adequado aos filhos de imigrantes?), outros ainda têm problemas em casa e passam mal, a Vanessa que tem um pai alcoólico e que chora quase todos os dias ainda por cima foi empurrada na aula por um colega que só lá está a armar confusão o DT disse que nós devíamos ser responsáveis e que tínhamos de acabar com isso (estava a redigir tão bem... agora deixou de saber pontuar... ou será porque assim tudo atabalhoado nós nem nos apercebemos de que se desvia da questão? E «acabar com isso»... o quê?) , mas eu acho que a ministra devia era dar força aos professores para serem melhores (dar força?! que força?! melhores?! como?! em que sentido?! estamos a falar de problemas sociais que interferem com a Escola, ou do modelo de avaliação de professores? Se o «email» tivesse sido escrito por uma criança... compreendia-se. Mas foi esctita por um adulto a fazer-se passar por criança e que, depois de ter estruturado muito bem o discurso, começa a baralhar tudo - para confundir quem?!), o meu pai diz que ela às vezes está certa mas eu não concordo, se vejo todos, mesmo todos os stôres da minha escola contra ela devem ter razão, os professores às vezes erram mas são importantes para nós, precisamos de estudar para ver se nos livramos do desemprego, isso é que é verdade (lá está a salada russa novamente - sem ofensa para os russos! Vamos por partes: Se estão todos, mesmo todos contra a ministra «devem ter razão» - mas logo a seguir diz-se que eles às vezes erram - Não são como o nosso PR, pois então! IRONIA. «erram mas são importantes para nós», tudo na mesma frase, com uma adversativa maldosa, virulenta a ligar... retoricamente brilhante! Mas diga-nos, Dr. Daniel Sampaio: erram em quê? É preciso concretizar. Toda a gente erra e toda a gente é importante para toda a gente porque, como dizia o meu vizinho, todos juntos é que sabemos tudo. Para quê esta referência ao erro? Aqui!? Já quase no fim!? Mas que erros? de que raio de erros está o senhor a falar?! - Não sabemos , e isso é grave porque assim não podemos contestar. Pois digo-vos eu que o Dr. Daniel Sampaio, às vezes, defeca! Ai podem crer que sim!
E reparem que finalmente se fala na necessidade de ESTUDAR mas... para se livrarem do desemprego - não é pelo prazer do conhecimento, claro, que isso de ter prazer em aprender é perigoso para o sistema - e é só para doutores!!)
Por isso espalhem este mail, façam forward para quem quiserem. Digam aos que mandam para terminarem com as discussões (já dizia a outra senhora que fazia falta um intervalo na democracia; pois está claro: uns meses de ditadura até novas eleições e isto vai tudo ao lugar e o bloco central continua no poleiro! «DIGAM AOS QUE MANDAM PARA TERMINAREM COM AS DISCUSSÕES» E como é que isso se faz, como é? Como é que os que mandam terminam com as discussões? No meu tempo era com a polícia de choque, os gorilas, a GNR que disparava para o ar e matava os «manifestantes voadores»!)que já estamos fartos e como na minha escola somos todos contra isso dos ovos (uma estupidez) (boa! não podia ser tudo mau; agora que se disse que os professores erram e que os que mandam devem parar com as discussões (vulgo calar o bico à malta), convém passar uma imagem de credibilidade deste puto e fazê-lo passar por porta-voz dos que são contra os ovos), digam à ministra e aos sindicatos que já chega (Já chega? mas ainda não chegámos a lugar nenhum!!! E para que são os sindicatos chamados para aqui?! Não foi óbvio que eles não defenderam os interesses dos professores? Não foi óbvio que os sindicatos apanharam boleia quando viram que, desta vez, os professores não se ficavam com a faca nas costas?!)! Façam uma escola melhor (E como se faz uma escola melhor? sentadinhos, à espera, para ver o que acontece, como a nêspera do poema de Mário Henrique Leiria?), ajudem os professores a resolver todos os problemas das aulas (ninguém pode fazer isso em vez dos stôres) (MAU! vamos lá ver se nos entendemos: primeiro quer que a ministra e os sindicatos ajudem os professores a resolver os problemas das aulas e depois diz que só os professores é que os podem resolver?! AH! Já entendi: quando for para dar ordens, a ministra e os sindicatos podem intervir; quando for para apontar o dedo acusador por causa do insucesso, da violência, etc, só os professores é que podem resolver, ou seja, só eles é que têm culpa se não for resolvido) e arranjem maneira de nós aprendermos mais (Ai agora já quer APRENDER mais? Já não quer só transitar de ano?!), para ver se percebemos melhor o mundo e nos safamos (pois é, a ver se se safam como o Dr se tem safado...IRONIA), o que está a ser difícil.
Quem quiser dê opinião, o meu mail é brunovanderley@gmail.com, sou do 8.º E da Escola Básica 2/3 do Lá Vai Um. (Na escola do Lá Vai Um terá o Dr Daniel Sampaio andado! )

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

alguns comentários ao texto de Daniel Sampaio (a continuar)

"O Natal que eu quero", por Daniel Sampaio (mais uma opinião sobre professores)

Ninguém me pediu opinião, eu sei. Na escola é costume não ligar muito ao que pensam os alunos. (Fale por si: na escola democrática os alunos são ouvidos a vários níveis). Mas eu gramo a escola, gosto dos meus amigos e há uma data de professores que até são fixes. (Acredito que há muitos alunos que, para além de «gramarem da escola», gostam de estudar. Por outro lado, o conceito de professor fixe, neste contexto, não está aqui clarificado mas...). Ando no 8.º, tenho bué de disciplinas, algumas não dá para entender. Estudo acompanhado para um gajo de 14 anos? (no ensino superior existe uma coisa que é Orientação Tutorial, que é uma espécie de estudo acompanhado; e atendendo a que a «democratização do ensino só se verificou em número e não em adaptação à nova realidade, o estudo acompanhado faz sentido, sim - só não faz para os filhos dos «doutores», já que os pais têm dinheiro para pagar a explicadores!)Formação Cívica? Não percebo bem, é uma coisa de 90 minutos por semana em que o stôr, que é o director de turma (nós dizemos DT), está sempre a mandar vir, a dizer para nos portarmos bem (Que preparação foi dada, pelo ministério, aos docentes dessa disciplina? Mesmo assim, há professores de educação cívica que fazem outras coisas; por isso, já há alguns alunos que conseguem dar lições de cidadania a muitos adultos). Da Matemática não me apetece falar, o stôr tem pouca pachorra para tirar dúvidas (Eureka! finalmente alguém revelou o motivo do insucesso a matemática! Que estereótipo batido!). História é um bocado seca e percebo mal o livro, faço confusão porque não contam a vida dos reis como o meu avô me explicava, por isso estudo para os testes e depois esqueço tudo (Afinal o avô é que devia ser professor (ironia). Talvez o Dr. Sampaio tenha tido um avô especial - e professores de história especiais! É que DANTES é que a história era dada de forma a colar com cuspo e esquecer no dia a seguir ao teste!).Não, não pensem que venho aqui criticar a escola, já disse que gosto de lá andar (Ainda não fez outra coisa, para além de dar uma péssima ideia deste «aluno»). O problema é que aquilo anda mesmo esquisito, podem crer. Já o ano passado os stôres andavam às turras com a ministra e apareciam nas aulas chateados, um gajo mandava uma boca e levava logo um sermão (Afinal os professores só tentam manter a ordem e o respeito quando estão chateados? Só nessas alturas é que reagem às bocas dos alunos?! Ainda por cima isso (manter o respeito) é apresentado como uma coisa má; ainda por cima, acusa os professores de descarregarem as frustrações nos alunos!), às vezes diziam mesmo para nos queixarmos à ministra (OK, já entendi: a crónica foi encomendada pela ministra: ela é que diz que os professores acicatam os alunos contra o ministério), como se chibar fosse coisa que desse jeito (finalmente este menino lá apresenta uma característica positiva: não gosta de chibar. Mas os professores são uns instigadores à denúncia -IRONIA).
Amanhã continuo, que agora vou ter de ir tomar um chá....

mais um....


Deixei de ter admiração por Daniel Sampaio quando o ouvi apresentar uma comunicação num encontro promovido pela associação criativa. Depois de uma entrada demagógica com a oferta simbólica de uma flor a «todas as professoras presentes!», que disse não ser demagogia mas depois não conseguiu explicar para que era, fez, entre outras, as seguintes afirmações brilhantes: «A turma não existe; o que existe são os indivíduos»; «Colocar computadores nas escolas não serve para nada». Claro está que, no momento do debate, me peguei com ele.

Depois, perdi a consideração por ele quando, estando o seu irmão como presidente da república, ele foi primeira página dos jornais incitando os jovems a depor o governo (de Santana Lopes) - como se não estivéssemos em democracia e não fosse competência do PR demitir o governo....

Uma vez ou outra ainda li algumas das suas crónicas na «Pública» mas arrependia-me sempre, ficava irritada e não aprendia nada.

Hoje recebi uma dessas crónicas por e-mail. Como me chegou através de uma professora aposentada, tive curiosidade de ler. Arrependi-me novamente. Mais um idiota a armar em engraçado, a dar uma no cravo e outra na ditadura (não foi lapso) e a falar do que não sabe.

Na minha opinião, este texto de Daniel Sampaio começa por ofender os alunos (e em particular os brasileiros -vd e-mail fictício no fim do texto), continua ofendendo os professores (que pelos vistos só são bons quando desempenham também o papel de pais, mães, amigos, confessores e psicólogos em acumulação mas sem remuneração ) e termina ofendendo quem perde tempo a ler.
Neste texto insinua-se que
- os professores quando estão mal dispostos descarregam nos alunos;
- os professores incitam os alunos contra a ministra;
- os professores incitam os alunos a «chibar»;
- o bom professor é o que faz de pai, mãe, confessor, assistente social, psicólogo... mesmo sem ter formação científica para tal e sem ter tempo no horário para se dedicar a todas essas humanidades;
... e mais algumas coisas que verão, se não se limitarem a soletrar.

Espero não ser a única a ter as tripas a dar voltas com este... coiso....
"O Natal que eu quero", por Daniel Sampaio

Ninguém me pediu opinião, eu sei. Na escola é costume não ligar muito ao que pensam os alunos. Mas eu gramo a escola, gosto dos meus amigos e há uma data de professores que até são fixes.Ando no 8.º, tenho bué de disciplinas, algumas não dá para entender. Estudo acompanhado para um gajo de 14 anos? Formação Cívica? Não percebo bem, é uma coisa de 90 minutos por semana em que o stôr, que é o director de turma (nós dizemos DT), está sempre a mandar vir, a dizer para nos portarmos bem. Da Matemática não me apetece falar, o stôr tem pouca pachorra para tirar dúvidas. História é um bocado seca e percebo mal o livro, faço confusão porque não contam a vida dos reis como o meu avô me explicava, por isso estudo para os testes e depois esqueço tudo.Não, não pensem que venho aqui criticar a escola, já disse que gosto de lá andar. O problema é que aquilo anda mesmo esquisito, podem crer. Já o ano passado os stôres andavam às turras com a ministra e apareciam nas aulas chateados, um gajo mandava uma boca e levava logo um sermão, às vezes diziam mesmo para nos queixarmos à ministra, como se chibar fosse coisa que desse jeito. Mas este ano está bem pior: falamos com os professores nos intervalos, "olá, stôr!" e eles andam mesmo tristes, a minha stôra de Inglês, que eu curto bué, diz que está "desmotivada" e que está farta de grelhas de avaliação e de pensar em objectivos. Eu de grelhas não percebo nada e, quanto aos objectivos, os meus são divertir-me uma beca e passar o ano, não quero mesmo ficar para trás porque os meus pais dão-me nas orelhas e fico sem os meus amigos, que é uma das coisas porreiras que a escola tem.Por isso peço a todos que se entendam. Ver os professores aos berros na rua é uma coisa que eu compreendo, têm todo o direito porque nós às vezes também andamos, o problema é que assim ainda há menos gente a preocupar-se connosco. Os nossos pais não têm tempo, andam sempre a trabalhar e ficam descansados porque estamos na escola a aprender e a lutar pelo nosso futuro, mas agora a coisa está preta, os nossos stôres estão cansados, o que é mau para nós: quem nos ajuda quando estamos aflitos? Eu sempre contei com um ou dois dos meus stôres, o ano passado quando me achava um monstro (cheio de borbulhas e a sentir que as miúdas não olhavam para mim) foi a stôra de Português que me chamou no fim da aula e conversou comigo, bastou ela ouvir com atenção e dizer que compreendia o que eu sentia para me sentir muito melhor. E quando o Tavares disse que se ia matar porque a rapariga com quem andava foi vista a curtir com um gajo qualquer, foi o nosso DT que falou com ele e lhe arranjou uma consulta no psicólogo.Não percebo nada da guerra dos professores, só sei que deve ser justa porque eles esforçam-se muito, já pensaram no que é aturar a malta, sobretudo alguns que só querem fazer porcaria, põem-se aos berros nas aulas e não obedecem, às vezes até palavrões dizem para os stôres? Muitos de nós querem aprender, mas o barulho é grande e há muita confusão, há lá gajos, repetentes e isso, que só lá estão porque são obrigados, depois há outros que são de fora e não percebem bem português, outros ainda têm problemas em casa e passam mal, a Vanessa que tem um pai alcoólico e que chora quase todos os dias ainda por cima foi empurrada na aula por um colega que só lá está a armar confusão... o DT disse que nós devíamos ser responsáveis e que tínhamos de acabar com isso, mas eu acho que a ministra devia era dar força aos professores para serem melhores, o meu pai diz que ela às vezes está certa mas eu não concordo, se vejo todos, mesmo todos os stôres da minha escola contra ela devem ter razão, os professores às vezes erram mas são importantes para nós, precisamos de estudar para ver se nos livramos do desemprego, isso é que é verdade!Por isso espalhem este mail, façam forward para quem quiserem. Digam aos que mandam para terminarem com as discussões que já estamos fartos e como na minha escola somos todos contra isso dos ovos (uma estupidez), digam à ministra e aos sindicatos que já chega! Façam uma escola melhor, ajudem os professores a resolver todos os problemas das aulas (ninguém pode fazer isso em vez dos stôres) e arranjem maneira de nós aprendermos mais, para ver se percebemos melhor o mundo e nos safamos, o que está a ser difícil.
Quem quiser dê opinião, o meu mail é brunovanderley@gmail.com, sou do 8.º E da Escola Básica 2/3 do Lá Vai Um.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

domingo, 7 de dezembro de 2008

um testemunho

Tomo a liberdade de passar para aqui um texto que me foi deixado, em comentário, por Alien8, e que agradeço

AS MASSAS

Estava-se em plena crise académica, multiplicavam-se as acções de contestação à asfixia das universidades e ao regime fascista (não sou de meias palavras...), eram frequentes as assembleias de faculdade realizadas, necessariamente, à socapa. Numa dessas assembleias, enquanto se avançavam propostas de luta, um grupo de estudantes lembrou-se, sem mais nem menos, de propor que se acabasse ali mesmo a reunião que, segundo eles, não fazia sentido, e que as massas fossem imediatamente boicotar a aula, que decorria, de um catedrático facho, daqueles mesmo ultras.

Combati a ideia como pude. Que era inútil, inconsequente, que havia coisas importantes a tratar, decisões a tomar, rumos a definir... Qual quê! Não me valeu de nada, nem a quem se pronunciara no mesmo sentido. A proposta do boicote da aula foi aprovada por maioria.

Um dos proponentes, por sinal meu amigo, que isto de amizades não tem necessariamente a ver com posições políticas (e, de resto, estávamos, no essencial, do mesmo lado), declarou, muito satisfeito consigo próprio: “Colega Alien (digamos assim...), como vês, as massas não estão contigo. As massas estão fartas de conversa e de planos e querem acção imediata!”.

Muito bem. Decisão tomada, avançámos todos em direcção à aula do fulano, a fim de a boicotar. A meio do caminho, o já referido colega abordou-me discretamente: “Colega Alien (digamos assim...), quando entrarmos na sala, importas-te de seres tu a falar, que eu já estou muito queimado?"
Sorri, pensando com os meus botões que, em matéria de queimaduras, mal sabia o meu colega e amigo que nem me chegava aos calcanhares...Mas a resposta saíu-me rápida, e não resisti:
“Colega, não te preocupes! As massas decidiram o boicote, as massas querem acção imediata, as massas hão-de falar!”

Entrámos na sala e, claro, ninguém abriu o bico. O professor não se deu por achado e fez de conta que não tinha entrado ninguém. Continuou a dar a aula até ao fim, sem que se verificasse a mínima interrupção, o mais pequeno gesto de protesto.

Pois é, isto das massas e da acção espontânea tem muito que se lhe diga... »

*




Alien, mais uma vez - e permita que o cite- «no essencial estamos de acordo».

Mas ousaria acrescentar um pormenor: é que eu acho que «as massas» são acéfalas!

Creio que é por isso que sofro de agorafobia....

Resposta ao Alien8

A propósito da sua pergunta, em comentário ao post anterior. No fim do texto de Elisa Lucinda, está a resposta para a sua pergunta «sempre foi assim... que dizer?»
(caso não consiga ouvir, coloco o texto após o vídeo)



SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

sábado, 6 de dezembro de 2008

a 15 de Dezembro vai começar a preparar o peru


15 de Dezembro. Professoras e professores sobrecarregados com avaliaçãoes, mais a preparação da ida à terrinha - que isto de se ser docente, em Portugal, implica muita distância de casa e sem ajudas de custo!- cidadadãs e cidadãos atarefados com compras e decorações e forwards de emails... E vai daí... Zás!

PERIGO

CUIDADO COM OS SINDICATOS!

Já assinaram uma vez à revelia dos profs e parece que querem mais....

Estão a pedir a criação de uma ORDEM!

... e não podemos chumbá-los?!

FALTAVAM 48 DEPUTADOS
NO MOMENTO DA VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO BUROCRÁTICA

PARA QUE CONSTE:
. Foram 6 os deputados socialistas que desafiaram a tendência de voto socialista e votaram ao lado da Oposição a favor do projecto do CDS-PP para a suspensão da avaliação «burro-crática»
Manuel Alegre
Teresa Portugal
Matilde Sousa Franco
Eugénia Alho
João Bernardo
Júlia Carré

. Odete João absteve-se

. RESULTADOS DA VOTAÇÃO
PARTIDOS / A FAVOR / CONTRA / ABSTENÇÃO / FALTAS / TOTAL
PS: 6 / 101 / 1 / 13 / 121
PSD: 45 / – / – / 30 / 75
CDS: 9 / – / – / 3 / 12
BE: 8 / – / – / – / 8
PCP: 10 / – / – / 1 / 11
Verdes: 1 / – / – / 1 / 2
Luísa Mesquita (Deputada não inscrita) / 1 / – / – / – / 1

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

sabem que mais?

Eu acho que as professoras e os professores deviam aceitar este modelo dito de avaliação imposto pela teimosa, digo, raivosa, digo, ministra. Era uma forma muito mais eficaz de paralisar as escolas do que a greve.
Além disso, também não entendo que raio de teimosia é esta que atacou a classe docente. Teimam porque teimam em dar aulas! Deixem-se disso: preencher formulários é muito mais fixe.

Eu avalio

tu avalias

ele/ela avalia

nós avaliamos

vós avaliais

eles/elas avaliam
e o resultado é:

R E P R O V A D A

e que nem mais uma
nova oportunidade se lhe dê!!!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

de um mail que recebi

[dizia-se num mail que ela... ]
1) tinha crescido na Casa Pia;
2) frequentara o Curso Comercial (que não dava acesso ao Magistério Primário);
3) aproveitara as «equivalências do 25 de Abri» para transitar ao 5º dos Liceus e daí, então, ao Magistério;
4) e que, já no exercício do primário, aproveitara para passar ao ensino dos 5º e 6ª anos (ciclo preparatório);
5) aí, entrara na guerra de o ciclo ser dado por professores com formação universitária que recusavam«os outros» ;
6) esta guerra terminou com mais um achado: quem tinha o magistério fazia não sei o quê e passava a ter equivalência ao 7º do liceu - estando assim habilitada a ensinar no ciclo. Daqui, creio que passaram a bachareis (o mesmo acontecendo às antigas «regentes escolares»).
7) Sendo bachareis, tinham o direito a inscrever-se directamente num curso universitário.Foi escolhido o ISCTE;
8) que, no ISCTE, em 5 anos fizera licenciatura, mestrado e doutoramento - ingressando de imediato no corpo docente do ISCTE.
NOTA EXTRA SOBRE O ISCTE:Sabe-se que é uma pertença do PS. Mas não podemos daqui concluir que é, apenas, escola de socialistasou que todos o são ou que todos entram do mesmo modo.Sabe-se é que, apesar das reformulações gerais de universidades, o ISCTE não pertence a nenhuma Universidade, nenhuma o albergou:- não pertence à Universidade de Lisboa ( a vulgarmente denominada «Clássica», e que deve ser a tua);- não pertence à Universidade Nova de Lisboa ( que tem Sociologia);- não pertence à Universidade Técnica de Lisboa;- não pertence à Católica.O ISCTE é uma escola pública que faz vida de faculdade mas não é, de facto, parte de qualquer universidade. É mais do estilo autónomo e revolucionário. Tem cursos inauditos, faz promoção de cursos nas escolas secundárias e está ligado às «novas alternativas» e às «novas oportunidades», etc.. Consta que os «exames» de um tal J.Sócrates são de lá, através de professores de lá «sediados» na Moderna.De tudo isto o que se sabe de fonte segura é que a Moderna fechou e «acabou completamente acabada».O que significa que não há arquivos.Os alunos que transitaram levaram os seus papeis em mão para onde lhes indicaram e pronto, acabou-se.Quem tinha diploma, diplomado ficou - pode pôr na parede.


E DIGO EU: SE O BOM JULGADOR POR SI SE JULGA, 'TÁ-SE MESMO A VER O TIPO DE PROF QUE ELA É... ou foi... sei lá....

E continuava o mail:
[...]dias atrás, no teu blogue, encontrei referências ao curriculo da senhora e fui aos links exactamente para ver se apurava mais alguma coisa: não apurei nada, como era de prever. A data do doutoramento que figura leva a pensar que entre a licenciatura (ou o início da) e o doutoramento decorrem cerca de 12 anos. Mas é tão fácil a gente trocar os números a escrever! Em consequência, fiquei com a mesma pulga na orelha.Mas há um ponto: ninguem diz o que ela fez na Casa Pia, que escola frequentou ou até quando esteve lá. Nesse tempo os casapianos viviam na Casa Pia mas frequentavam escolas públicas regulares. Lá dentro havia «cursos profissionais», como por exemplo o de relojoaria, que era famoso, artes gráficas, etc.. Não sei o que haveria para as raparigas - embora não me pareça que escapassem à costura. Com a democratização criada com o 25 de Abril, as crianças passaram a frequentar até ao 9º ano o ensino regular no exterior e só depois poderiam frequentar os profissionais da Casa ou prosseguir «consoante» conseguissem amanhar-se.É curioso que na entrevista dada ao Público há alguém que menciona o jeito e o gosto dela pela costura: concretamente alguem diz que para além de gostar de fazer vestidos para si própria, muitas filhas de amigas tinham vestidos «cortados e feitos por ela para as suas bonecas».
Resumindo e concluindo: tudo isto são lebréus e respectivas conjecturas? É possível.

resmas, paletes de «engenheiros»!

Isto é ainda mais grave do que o analfabetismo!!!!

Uma ternura de Ministério

E que sérios que eles são... Como se provam coisas destas? Da mesma prova que «provaram» o comentário de um professor, sobre a licenciatura de Sócrates???!!!
Ora espreitem aqui (e raspo-me já, antes que me venham pedir que prove o sabor amargo da censura!)

uma ternura de ministra...

É uma boa notícia, há finalmente alguém a fazer trabalho competente e a obter "resultados" no Ministério da Educação. Trata-se da agência de comunicação encarregada do "marketing" da ministra.
Desde a recente manifestação de professores (120 mil na rua contra as políticas educativas), a ministra vem-se desdobrando em entrevistas e conferências de Imprensa, bem como em "perfis" nos jornais e TV do costume mas igualmente noutros.
Nesses "perfis", Lurdes Rodrigues tenta mostrar o seu "rosto humano" (o outro toda a gente o conhece), entreabrindo - levemente contrariada - aos portugueses em geral e professores em particular, a porta da sua intimidade.
Afinal, alguém que gosta de cozinhar e "[se sente] anarquista" não pode ser má pessoa. Nem alguém capaz de comover-se com um bom e comovente momento que, confessa, viveu um dia no Ministério: "Uma carta que recebi de um menino que recebeu um computador para ter em casa […], e escreveu-me a dizer: 'Quando for grande, vou inscrever-me no PS'. É tocante..." Portugal pode ter uma péssima ministra, mas o PS tem uma excelente directora de recrutamento.

Manuel António Pina

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

«A casa pia da ministra da educação»

A polémica foi relativamente silenciosa. Mas fez-me lembrar um post que escrevi há tempos e um dito popular de que não gosto mas que infelizmente muitas vezes vejo que reflecte uma realidade: «Não sirvas a quem serviu»(voltarei a isto, no fim)
Não conheci a realidade Lisboeta. Conheci a da minha cidade. Os alunos e alunas do «Liceu» eram os «Bifes»; os e as estudantes da Escola Industrial e Comercial eram as «Costeletas». Isto dá uma ideia do elitismo que vigorava no Liceu e que levava à discriminação da Escola.
Para o Liceu iam os estudantes que desejavam prosseguir estudos superiores; para a Escola Industrial e Comercial iam os que desejavam entrar rapidamente no mundo do trabalho. As estudantes «Bifes», regra geral, não se davam com as «Costeletas» e muito raramente havia relacionamentos amorosos a unir os dois estabelecimentos de ensino.
Dizia-se que, na Escola Industrial e Comercial, a preparação nas áreas das humanidades era muito fraca mas, em compensação, nas electricidades e outras tecnologias era superior à do Liceu.
Começo, agora, a perceber um pouco melhor a atitude da Ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Para além de uma eventual fraca preparação nas humanidades, o contacto com o corpo docente que agora alegadamente ministra (digo alegadamente porque, etimologicamente, o ministro é o que serve) foi muito pouco. Não nos esqueçamos de que este governo retirou o ensino superior do ministério da educação (sem comentários!). O contacto, dizia, foi pouco, imaturo e, eventualmente, numa situação de humilhação (se por Lisboa as coisas se passavam como na minha cidade e tudo leva a crer que sim). A senhora, se não tiver reprovado, contactou com esta classe profissional apenas até aos 15 anos; eventualmente, mais 2 do magistério primário, embora estes tivessem um estatuto algo diferente.
Deve ser isso, deve. Falta de conhecimento. Não, não quero pensar que ela, por ter sido humilhada enquanto estudante, aproveite agora para humilhar os docentes.
Mas um mérito lhe devo reconhecer: tanto quanto julgo saber, a classe dos professores era a mais dividida (professores do 1º ciclo; professores do 2º ciclo; professores do básico e secundário; professores dos complementares; professores provisórios (não sei qual a designação actual); professores com habilitação específica; professores com habilitação própria; professores de trabalhos oficinais - os antigos alunos das escolas industriais e comerciais, que continuavam, enquanto professores, a ser discriminados; professores agregados; professores efectivos; professores profissionalizados – e agora mais os titulares e os titulares avaliadores. Depois havia os do ensino superior politécnico e os do universitário – mas esses, agora, estão noutra gaveta.
Pois dizia eu que esta ministra conseguiu unir a classe; é bonito vê-los todos juntos, por uma mesma causa – a da educação. Claro que também conseguiu tirar toda a credibilidade a quem leva a profissão a sério, sem ter aumentado a dedicação de quem lá está de passagem… mas isso, agora, não interessa nada!

para não perder de vista este salero

Foi a primeira vez que gostei de ouvir espanhois/espanholas a cantar em Inglês - e o que me agradou foi precisamente a contaminação de pronúncias, em paralelismoa com a da orquestração


Claro que também gosto desta versão de Gloria Gaynor


ou desta de Lauryn Hill


e, falando de «descolar os olhos de alguém», aqui temos a homónima:


ou na lusa língua

um jeito assim

batata-doce com chèvre


Cozem-se as batatas-doces no vapor, pelam-se, abrem-se ao meio e recheia-se com chèvre e/ ou queijo fresco de cabra. Vai ao forno a gratinar.
serve-se acompanhado de salada (no caso, mistura de alfaces, banana, uvas e papaia) tempera-se com orégãos, pimenta preta e azeite.


domingo, 30 de novembro de 2008

«felizmente não morreram portugueses»

Não se assustem, estava mesmo só a citar. Quando este cavalheiro abre a boca ou entra bolo-rei ou sai disparate. Felizmente que o Natal está próximo...


As primeiras palavras que ouvi ao presidente da república portuguesa, a propósito dos ataques terroristas na Índia, foram: «Felizmente não morreram portugueses!» Mais uma vez (depois de demasiadas vezes), eu não queria acreditar. Aliás, eu queria acreditar que era uma montagem dos gatos fedorentos. Infelizmente para nós, com este senhor nem há necessidade de montagens...