terça-feira, 9 de dezembro de 2008

alguns comentários ao texto de Daniel Sampaio (a continuar)

"O Natal que eu quero", por Daniel Sampaio (mais uma opinião sobre professores)

Ninguém me pediu opinião, eu sei. Na escola é costume não ligar muito ao que pensam os alunos. (Fale por si: na escola democrática os alunos são ouvidos a vários níveis). Mas eu gramo a escola, gosto dos meus amigos e há uma data de professores que até são fixes. (Acredito que há muitos alunos que, para além de «gramarem da escola», gostam de estudar. Por outro lado, o conceito de professor fixe, neste contexto, não está aqui clarificado mas...). Ando no 8.º, tenho bué de disciplinas, algumas não dá para entender. Estudo acompanhado para um gajo de 14 anos? (no ensino superior existe uma coisa que é Orientação Tutorial, que é uma espécie de estudo acompanhado; e atendendo a que a «democratização do ensino só se verificou em número e não em adaptação à nova realidade, o estudo acompanhado faz sentido, sim - só não faz para os filhos dos «doutores», já que os pais têm dinheiro para pagar a explicadores!)Formação Cívica? Não percebo bem, é uma coisa de 90 minutos por semana em que o stôr, que é o director de turma (nós dizemos DT), está sempre a mandar vir, a dizer para nos portarmos bem (Que preparação foi dada, pelo ministério, aos docentes dessa disciplina? Mesmo assim, há professores de educação cívica que fazem outras coisas; por isso, já há alguns alunos que conseguem dar lições de cidadania a muitos adultos). Da Matemática não me apetece falar, o stôr tem pouca pachorra para tirar dúvidas (Eureka! finalmente alguém revelou o motivo do insucesso a matemática! Que estereótipo batido!). História é um bocado seca e percebo mal o livro, faço confusão porque não contam a vida dos reis como o meu avô me explicava, por isso estudo para os testes e depois esqueço tudo (Afinal o avô é que devia ser professor (ironia). Talvez o Dr. Sampaio tenha tido um avô especial - e professores de história especiais! É que DANTES é que a história era dada de forma a colar com cuspo e esquecer no dia a seguir ao teste!).Não, não pensem que venho aqui criticar a escola, já disse que gosto de lá andar (Ainda não fez outra coisa, para além de dar uma péssima ideia deste «aluno»). O problema é que aquilo anda mesmo esquisito, podem crer. Já o ano passado os stôres andavam às turras com a ministra e apareciam nas aulas chateados, um gajo mandava uma boca e levava logo um sermão (Afinal os professores só tentam manter a ordem e o respeito quando estão chateados? Só nessas alturas é que reagem às bocas dos alunos?! Ainda por cima isso (manter o respeito) é apresentado como uma coisa má; ainda por cima, acusa os professores de descarregarem as frustrações nos alunos!), às vezes diziam mesmo para nos queixarmos à ministra (OK, já entendi: a crónica foi encomendada pela ministra: ela é que diz que os professores acicatam os alunos contra o ministério), como se chibar fosse coisa que desse jeito (finalmente este menino lá apresenta uma característica positiva: não gosta de chibar. Mas os professores são uns instigadores à denúncia -IRONIA).
Amanhã continuo, que agora vou ter de ir tomar um chá....

1 comentário:

  1. Prof,

    E eu continuarei a seguir com curiosidade as suas glosas ao texto do aluno, perdão, do Dr. Daniel Sampaio. Confesso que, à primeira leitura, me pareceu, no geral, bem intencionado, embora com alguns lapsos. Agora começo a pensar que de boas intenções... ou será de más intenções...? Aguardarei.

    Boa noite!

    ResponderEliminar

reservo-me o direito de não publicar comentários