terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Prós e contras...

(Foto usada sem intenção de ofensa para os lobos, nem para os cordeiros e porque se trata de uma montagem e não de um cordeiro que tenha sido mesmo esfolado!)


Prós e contras sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo


(definitivamente não faz sentido falar em casamento de homossexuais, para mim; e faz todo o sentido falar em casamento entre pessoas do mesmo sexo - nomeadamente padres que, aliás, deviam lutar com mais veemência e menos hipocrisia pelo casamento, tout court!)

Tenho pena de não ter gravado. Para daqui a uns anos mostrar aos jovens - tenho esperança de que algumas coisas que por lá se disseram soem como mentiras ou anedotas, dentro de umas décadas... Tal como quando lhes digo que quem desse um beijo (heterossexual) em público se sujeitava a pagar uma multa de 2$50 (25 tostões). Ou quando digo que as estudantes do liceu não podiam falar com os estudantes. Ou quando lhes digo que os filhos de pais divorciados eram discriminados e os filhos de mães solteiras nem se fala...

- Não tarda, por este andar, qualquer dia estamos a discutir a legalização da poligamia! - Dizia alguém, a dada altura.
E eu diria - Antes isso do que estar a sugerir que quem não se comprometer a ter dois filhos não se pode casar; ou decidir que se se descobrir ou sobrevier um problema de infertilidade, o casal vai ter de se divorciar. Ou que o casal só se poderá divorciar no caso de infertilidade de um dos parceiros - sim, que eu bem ouvi lá ser dito que o casamento é para sempre, não é só enquanto dura o amor!

Voltando à poligamia. Descobri, há muito pouco tempo, que sou a favor da poligamia - não para mim, mas para quem a desejar - sob a condição de que também seja admitida a poliandria - não para mim, mas para quem a desejar.
Descobri, há pouco tempo, que afinal me merecem mais respeito os homens das culturas assumidamente polígamas, que assumem as suas mulheres e os seus filhos e filhas, do que os homens das nossas culturas que oficialmente só têm uma mulher mas fazem filhos em várias outras, não os assumindo. Nem assumindo o dever recíproco de protecção e respeito para com as «não oficiais» e, consequentemente, para com a «oficial».
QUE SOCIEDADE HIPÓCRITA, A NOSSA!
Já agora, se deixassem os padres contrair matrimónio, com mulheres ou com outros homens, muitos desgostos se evitariam!

Os «argumentos» do não foram uma coisa assustadora. Nem queria acreditar que estava a ouvir o pároco a criticar o relativismo e a evolução dos tempos! Mas então, porque é que ele não foi para lá de saias, digo, de batina?!
E sim, eu não posso afirmar, mas posso opinar: andava por ali muita homofobia - mas num sentido um pouco mais lato que a definição que foi dada! Havia por ali muito discurso a reflectir o medo das tendências homossexuais dos respectivos emissores; não é dos outros homossexuais que têm medo: é do homossexual que os habita que têm pavor. Mas mais não ousam que uns traiçoeiros e mal contidos trejeitos...
Pronto!

4 comentários:

  1. Sim....... sempre sem ofender os lobos, pq eu sou uma verdadeira apaixonada por lobos.....
    Aliás é usual, eu assinar "mar e o lobo"
    Qt ao seu post, com o qual concordo na generalidade (já pareço um politico a falar), acho que a idade nps faz ficar mais tolerantes.... algumas pessoas.
    Outras é exactamente o contrário

    Beijos

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  2. Prof,

    Não vi. Mas estou a ver o filme. Por isso, bem percebo o post. Sociedade hipócrita? Obviamente! Temos muito que andar, temos.

    O que não percebo é a oportunidade de se falar, debater, ocupar enorme tempo de antena e espaço em jornais com este tema AGORA, precisamente AGORA. Dir-me-á que é sempre oportuno. Pois é. Mas, a mim, neste particular momento, cheira-me a manobra de diversão. Ao fim e ao cabo, há que desviar as atenções dos gravíssimos problemas que nos afectam A TODOS (menos a alguns, menos a alguns...) e preservar o mais possível a imagem do Governo, não é?

    Aquela dos vinte e cinco tostões e a dos meninos e meninas, e do polícia que ME chateou por "atentado ao pudor" quando beijava uma namorada (pronto, esta fui eu que acrescentei) são bem lembradas, porque, realmente, estas gerações não fazem a mínima ideia...

    A poligamia... bom, a poligamia (como a poliandria) é sobretudo uma necessidade inerente a certas formações sociais. Como tal, não tem sequer que ser "julgada", do ponto de vista ético ou de qualquer outro.

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  3. Alien, houve um tempo em que eu era contra a poligamia e a condenava em termos éticos mas percebo agora que, na verdade, o que eu condenava eticamente era a poligamia oficiosa, protegida por uma oficial monogamia teórica que era, que é, sobretudo, o garante da monoandria.
    Não gostaria (não gosto) de viver numa sociedade poligâmica nem poliândrica - é muito tarde para mudar a minha maneira de ser - mas entendo que pode ser muito mais justa, muito mais ética do que a monogamia - mesmo que esta seja vivenciada a 100% e não só de fachada.
    Lamento não lhe poder levar uns sais - é que não me admirará nada se ficar indisposto depois de ver o filme...

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  4. Mar, eu respeito cada vez mais os lobos e os outros animas - e envergonho-me, muito frequentemente, de alguns animais da nossa espécie. Mas fazer o quê? Somos dos mais recentes pelo que temos ainda muito que evoluir...
    Espero que tenha ouvido o Concerto de Cristóvão Silva e que tenha gostado.
    Eu gostei muito.
    bjs

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