
quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
volto um dia destes...
- Acho que estou a ficar esclerosada -confidenciou uma delas-. Ontem estava com a vassoura na mão e não me lembrava se já tinha varrido a casa ou não.
- Isso não é nada - disse a outra - há dias, vi-me de pé, ao lado da cama, de camisa de noite, e não sabia se tinha acabado de acordar ou estava a preparar-me para dormir.
- Cruz credo! - exclamou a terceira- Deus me livre de ficar assim! - E deu três batidinhas na mesa: toc-toc-toc. Olhou para a cara das outras e calmamente emendou: - Esperem um pouco que eu já volto! Parece que está alguém a bater à porta!
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Sabe o que é.....?
Sabe o que é um «homicídio gay»?
Eu também não. Continuei sem saber, mesmo depois de ler, no Público (leu bem, não foi no Correio da Manhã nem n' O Crime nem no 24 Horas), a notícia que tem como título «brilhante»: «O travesti e o comerciante chinês: a história do segundo homicídio gay no país em três dias».
Lida a notícia, ficaram-me algumas dúvidas:
- O que é um homicídio gay?
- Quantos homicídios hetero houve, no mesmo período? E quantos lésbicos? E quantos bi? E quantos trans? E quantos metro? E quantos «nem carne nem peixe»? (roubei a eloquente e elegante expressão ao articulista)
- José Bento Amaro é gayfóbico?
- Onde aprendeu José Bento Amaro a escrever?
- repare-se como troca as ordens nesta «sóbria» passagem: «[...] “Não, não acredito que o rapaz tenha morto ninguém”, disse uma funcionária de um estabelecimento comercial localizado no rés-do-chão do mesmo prédio que alberga a Residencial Ipanema, a mesma onde vítima e suspeito residiam, o primeiro em permanência, o segundo, supostamente, até realizar os negócios de roupa que haveria de levar para a sua loja nos Açores».
- repare-se na pertinência das informações e no fino recorte da linguagem: «o suspeito também foi apontado como alguém que “não é carne nem é peixe, é uma coisa estranha que veste umas calças esquisitas e tem rabo-de-cavalo”. »; «o casal de empregados de serviço abanou a cabeça, em simultâneo, por duas vezes, dizendo que não falava português e que não sabia o que se passara na rua, na quinta-feira, e depois, como uma equipa de natação sincronizada, virou costas e manteve-se imóvel, de cabeça baixa.»;
Bem, talvez os mais inteligentes consigam perceber o que é um homicídio gay, posto que, para que melhor se entenda, o jornalista fez o favor de dar outro exemplo:
«Este homicídio, supostamente resultante de desavenças após actos sexuais entre a vítima e o autor, foi o segundo crime do género ocorrido no espaço de três dias em Portugal. Na terça-feira, em Carriço, Pombal, um manobrador de máquinas atou e amordaçou o companheiro, com quem vivia, e de seguida abateu-o com dois tiros de pistola.»
UF! Pelo menos fiquei a saber que um homicídio gay não é atirar gasolina para cima de uma pessoa e atear-lhe fogo. Também pode ser com pistola.
E fiquei a saber outra coisa: os gays não dão socos nem chapadas, nem pontapés: isso não é suficientemente violento para um gay, a julgar pelo discurso deste iluminado jornalista: «Embora em Portugal não existam estatísticas sobre violência doméstica entre casais do mesmo sexo, os crimes que envolvem homossexuais, quase sempre, [são]revestidos de grande violência.».
Mas o homem é parvo, ou faz-se?! Então se na maior parte das vezes ninguém sabe dos socos que os maridos dão às mulheres (ou vice-versa), porque se iria saber da violência que ocorre no seio dos casais do mesmo sexo?
Mas, desejoso de nos manter informados, o jornalista aponta outro caso «recente»: «No início da década de 1990, os ciúmes levaram um homem a atear fogo ao namorado, a metê-lo numa mala de viagem e a lançá-la para o café decrépito e há muito encerrado na retaguarda da Fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.».
Ora aí está: quando um homem imola uma mulher ou vice-versa, tem o decoro de não a/o atirar para um café decrépito. Francamente! Um café decrépito e, sublinhe-se, « há muito encerrado na retaguarda da Fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.»! É mesmo coisa de gay!
* * * *
A boa notícia é que houve comentadores que se insurgiram contra este mau exemplo de jornalismo.
A má notícia são os outros comentadores...
sábado, 25 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
coisas do passado
Um dia descobrimos que ele era de uma família muito rica. Tão rica, que ameaçara pô-lo fora de casa, se não acabasse imediatamente o namoro com «aquela».
E ele saíu de casa.
Deixou de estudar e andava à procura de emprego. Nós tínhamos, de certa forma, «apadrinhado» aqueles romeu-e-julieta do século XX.
Era fim do dia. Estávamos no bar do Apolo70. Não sei porque carga de água estávamos lá, nesse fim de dia. O M também estava; a «julieta» não. Então, o L disse que podia arranjar um bom emprego ao M.
Animou-se o nosso amigo.
- Onde? Conta!
- Primeiro tens de dizer se queres!
- Mau! como é que vou saber se quero, se não sei o que é?
Se não foi assim que o M respondeu, foi parecido. Já não me lembro da conversa que se seguiu imediatamente, só me lembro que se precipitou da divertida estranheza para a receosa incredulidade. Só me lembro de, após muitas e diversificadas hipóteses que fomos atirando, ter balbuciado, em tom de quem desde já pede desculpa pelo disparate:
- Na PIDE?!
E lembro-me do silêncio que se fez. Lembro-me de como nos levantámos, quase sincronizados, à excepção do L, e nos dirigimos para a saída. Lembro-me de ainda o ter ouvido dizer:
- É pá, mas eu não entrego os amigos!
L. desapareceu. Só depois disto nos apercebemos de que ninguém sabia - nem nunca indagara - de onde lhe vinha o dinheiro para a mota que, já ao tempo, era uma bomba; para as rodadas que insistia em pagar; para as viagens que dizia fazer.
L. desapareceu e nós ficámos, não sei quanto tempo, à espera que nos aparecessem uns indivíduos soturnos a bater à porta, a invadir a casa, a despejar gavetas, a arrastar-nos, pelo breu da noite, para o fundo do silêncio... Pela minha parte, creio que os esperei até ao dia 25 de Abril...
Numa das minhas recentes idas a Lisboa, julguei ter visto L., no café que mais frequentávamos. Primeiro, reparei na criança que o acompanhava. Só depois dei com a familiaridade do rosto do adulto que lhe segurava a mão.
Desviei rapidamente o olhar, no receio de confirmar esse reconhecimento.
Creio que ele agradeceu.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
O preço certo
OK, chamem-me desmancha-prazeres! Eu aceito :-(
domingo, 19 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009

En 2009, six ans après la sortie de The Living Road, Lhasa nous revient avec un album intitulé simplement Lhasa. Dès la première écoute, ce titre prend tout son sens. Écrit et réalisé par Lhasa, enregistré sur bande analogique, ce troisième album témoigne de la maturité de son auteur-compositeur-interprète et réalisateur. L’échange entre les musiciens et la chanteuse est palpable et transparaît dans les changements subtils d’intensité et de tempo.
Oscillant entre country et gospel, entre blues et folk, les mélodies sont familières, modernes, éternelles. Les textes, en anglais, sont limpides et imagés. Le jeu des musiciens, à la fois sobre et texturé, laisse toute la place à la voix claire et lumineuse de la chanteuse.
Lhasa est une musicienne à part. Caméléon tout en restant toujours elle-même, elle tisse avec sa voix un univers poétique unique porté par son charisme, son intégrité et ses convictions.
Lhasa trouve tranquillement sa place et s’affirme petit à petit comme l’une des artistes les plus fascinantes de sa génération.
"Lhasa", album disponible chez Warner Music le 20 avril. L'artiste sera en tournée à partir de l'automne 2009 et à l'Olympia (Paris) le 19 octobre.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
quarta-feira, 15 de abril de 2009
PÁSCOA

segunda-feira, 13 de abril de 2009
Funcho Valquíria

O mesmo se fez com os tomates de rama, cortados ao meio, e as salsichas, cortadas em quartos, ambos temperados com sal e orégãos.
Procissão das tochas 2009
Lamento a falta de qualidade do som, mas foi registado com uma máquina fotográfica... Cortei muito; desejo dar apenas uma ideia superficial; para saber como é realmente, é necessário lá ir pessoalmente :-)